Fundação

História

- A Nobre e Fidalga Casa da Torre de S. João de Ver – Não se pode falar da Fundação Comendador Joaquim de Sá Couto, não se pode falar do Hospital de S. Paio de Oleiros, não se pode referir o Asilo dos Velhinhos sem se evocar esta nobre e fidalga Casa, hoje e aqui representada pelo Exm.º Senhor Dr. Fernando Sampaio Maia, Diretor- Geral da Fundação. Vai esta Casa na quarta geração de Pessoas que à Fundação tem dado o seu melhor.

Antes de todos o Senhor Conde de S. João de Ver, o Médico – Cirurgião, Dr. João Augusto da Cunha Sampaio Maia, natural desta freguesia de S. João de Ver, onde nasceu em 21 de Março de 1857, filho de Caetano Augusto da Cunha Sampaio Maia e de Dona Luisa Teodora Clara de Pinho Correia, formado pela Escola Médico – Cirúrgica do Porto em 1883, casou-se em 7 de Janeiro de 1884 com Dona Emília Augusta de Sá Couto Moreira, Condessa de S. João de Ver, filha de José Moreira Pinto e de Dona Camila Augusta de Sá Couto, do lugar do Candal de S. Paio de Oleiros, sobrinha do Comendador Joaquim de Sá Couto.

Foi médico – cirurgião municipal da Feira na área da beira-mar com sede em Paços de Brandão, lugar que exerceu até pouco depois da morte do Comendador Sá Couto, Tio de Sua Mulher, dado que a administração de sua casa e as funções que lhe eram exigidas como Testamenteiro do Comendador, lhe passaram a ocupar todo o seu tempo.

Em 1904 foi agraciado com o título de Conde de S. João de Ver por El Rei D. Carlos.

O Senhor Conde de S. João de Ver, não se limitou a ser um mero executor da vontade de seu Tio, um simples Administração de bens alheiros. Não. Ele foi um verdadeiro benemérito da Fundação pela forma zelosa e competente como dirigiu os primórdios da Fundação, desde a aquisição dos respetivos terrenos até à construção exemplar do hospital e do Asilo, que eram considerados avançados para época. O que é fácil de confirmar sabendo nós como tais instalações serviram até há bem pouco tempo.

Faleceu a 8 de Junho de 1938, nesta Casa de Torre, com 81 anos. Na manhã do dia 10, foi daqui transportado no carro dos Bombeiros Voluntários da Feira para a Capela do Hospital de S. Paio de Oleiros foi rezada missa de corpo presente. Daqui seguiu para a Igreja Martins onde teve solenes exéquias, seguindo a sepultar no jazigo de Família. No Cemitério paroquial, enaltecendo as suas virtudes, usaram da palavra: o Dr. Crispim Borges de Castro; o Dr. Roberto Vaz, Presidente da Câmara; o Dr. Belchior Cardoso da Costa; D. Fernando de Tavares e Távora e o Professor Paulino Amorim.

Em 27 de Abril de 1940, a C.M. da Feira, da presidência do Dr. Roberto Vaz de Oliveira, deliberou por unanimidade dar ao Largo que está junto a Rua do Dr. Guilherme Moreira e da Rua Dr. Vitorino de Sá o nome de “ LARGO DOS CONDES DE S. JOÃO DE VER ”, homenageado tão ilustres Filhos desde Conselho e grandes beneméritos.

Infelizmente, em data que não procurei apurar, o Nome glorioso dos ilustres beneméritos, foi saneado da Praça e substituído pelo Nome do Dr. Gaspar Moreira. Não tenho, e seguramente ninguém terá nada contra este também ilustre Feirense, Administrador do Concelho e seu Presidente de Câmara e distinto Advogado… Mas diz o Povo em sua enorme sabedoria que se não deve descobrir um Santo, para cobrir um outro! Concordo.

A Câmara Municipal da Feira, aqui representada ao mais alto nível (e que nada tem a ver com a mudança operada) ciente deste assunto, agendá-lo-á seguramente. E, que numa das novas artérias que a Cidade e o Conselho vão abrindo constantemente, com o que nos congratulamos, o Nome dos Candes de S. João de Ver volte a ser apresentado a todos os Feirenses como reconhecimento e exemplo do que fizeram. Eles o merecem. Incontestavelmente.

Por morte do Conde de S. João de Ver, sucedeu-lhe na Administração da Fundação, seu Filho, o Senhor Doutor Ângelo de Sá Couto da Cunha Sampaio Maia, nascido no lugar da Portela, Paços de Brandão, em 21 de Maio de 1866. Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, e montou banca de Advogado em Lisboa. Foi governador Civil de Aveiro em 1919, Deputado da Nação de 1919/1926, Vice – Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e Ministro do Trabalho em 1925, a ele se devendo a instituição das 8 horas de
trabalho diário.

Tendo adoecido gravemente, retirou-se para esta sua Casa, daqui se dedicando inteiramente à causa da Fundação, tomando posse como Diretor – Geral em 1938.

É proverbial a sua bondade, o seu carácter tolerante e liberal, a sua generosidade para com a Fundação Comendador Joaquim Sá Couto e seu Hospital e Asilo. Além de Administração escrupuloso e dedicado, foi um grande, enorme benfeitor daquela Casa. Não se deu nunca satisfeito com o tempo que dedicava à Instituição. Era o seu dinheiro que supria falhas e carências.

O Conselho da Feira prestou-lhe pública homenagem em 21 de Maio de 1964, lembrada através de lápide de bronze colocada naquela parede, e foi-lhe atribuído Nome no largo ao cimo da Rua Dr. Alcides Strecht Monteiro, que, felizmente, lá se mantém.

Faleceu a 18 de Dezembro de 1970.

Sucedeu-lhe seu Filho, o Senhor António da Cunha Sampaio Maia, que tomou posse na Fundação em 30 de Janeiro de 1971. Sempre a mesma dedicação e a mesma generosidade dos descendentes desta Fidalga Casa. O Senhor António Sampaio Maia centrou a sua especial atenção na modernização do Hospital.

Inesperadamente, faleceu em 31 de Outubro de 1981.

Sucede-lhe, como Diretor – Geral da Fundação, seu Filho, Dr. Fernando Sampaio Maia, 4.ª geração dada pela generosidade desta Fidalga e Nobre Casa da Torre, a serviço de uma Causa tão nobre.

O Senhor Dr. Fernando Sampaio Maia é, na linha dos seus Maiores, atento, dedicado, exigente, empreendedor, bondoso.

A ele se deve a construção do novo Lar, o Lar dos Condes de S. João de Ver, como justamente, se deve chamar. O Velho ASYLO cessou funções após tantos anos de bons serviços prestados. Os tempos são outros. A Velhice merece um Lar, não um Asilo.

No mais, o Dr. Fernando tem a seu cargo o resolver de inúmeros problemas. Todos serão resolvidos, a sue tempo. A Fundação tem a dedicação, o estímulo e o esforço de todos seus Companheiros de Direção: O Senhor Abade de S. Paio de Oleiros; o Senhor da Santa Casa da Misericórdia da Feira; e conta com a melhor colaboração de todos os outros Órgãos Sociais.

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